08/06/2016

A Montanha - Poema de Olavo Bilac




Calma, entre os ventos, em lufadas cheias
De um vago sussurrar de ladainha,
Sacerdotisa em prece, o vulto alteias
Do vale, quando a noite se avizinha:

Rezas sobre os desertos e as areias,
Sobre as florestas e a amplidão marinha;
E, ajoelhadas, rodeiam-te as aldeias,
Mudas servas aos pés de uma rainha.

Ardes, num holocausto de ternura...
E abres, piedosa, a solidão bravia
Para as águias e as nuvens, a acolhê-las;

E invades, como um sonho, a imensa altura,
— Última a receber o adeus do dia,
Primeira a ter a bênção das estrelas!

Olavo Bilac



3 comentários:

  1. Bilac sempre maravihoso! Bela poesia! bjs, chica

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  2. Boa tarde, tudo bem? Gostaria de saber um pouco da sua interpretação do poema, estou analisando a obra para o vestibular e estou tentando interpretar todos os poemas da obra - A Tarde - e como esse soneto faz parte do livro eu estou tentando entender se isso é apenas uma descrição bem detalhada sobre uma montanha qualquer ou pode haver outro significado.

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    1. Lamento não poder ajudar, mas não tenho conhecimentos para tal. Espero que consiga resolver as suas dúvidas.

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“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

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